sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Desmatamento: A situação do planeta

DESMATAMENTO - A situação atual do planeta
Com o ritmo impressionante e crescente de desmatamento e destruição das florestas do planeta que o homem vem empreendendo nas últimas décadas, nunca antes presenciado, muito pouco do remanescente de florestas nativas sobrará. Há dez mil anos, 55% das terras do planeta eram cobertas por florestas. Dos quase 70 milhões de km2 que se estendiam pela superfície da Terra, restam hoje pouco mais de 20 milhões. Ou seja, dois terços dessa cobertura vegetal original não existem mais. As florestas resumem-se atualmente a cerca de 32% dos continentes.
Depois da Ásia, a América Latina é o continente que mais destruiu suas florestas. A área desmatada na região é quase do tamanho da Floresta Amazônica. Na América Latina, foram desmatados 4,76 milhões de km2, o que corresponde a quase 41% da área original. A área perdida corresponde a 86,5% da Amazônia, que tem 5,5 milhões de km2. A pior situação, entretanto, é a da Ásia. Os asiáticos perderam 31,76 milhões de km2 de florestas, ou 88% de sua cobertura florestal original, e somente 5% do que restou estão legalmente protegidos.
Seis anos depois da Rio-92, o Brasil ainda é o país que mais perde florestas em todo o mundo, todos os anos. Por isso detém o triste título de campeão em área anual desmatada. Os dados de satélite indicam que a taxa anual de desmatamento no país é de 15 mil km2. A situação é particularmente grave para a Mata Atlântica, que teve 93% de sua cobertura original destruídos. Estão ainda irremediavelmente perdidos 15% da Floresta Amazônica e 30% do Cerrado.
As florestas tropicais são o alvo predileto das queimadas e da extração de madeira. Entre 1960 e 1990, um quinto das matas tropicais foi destruído em velocidade alucinante. Seis países sozinhos foram responsáveis por 58% desse total: Brasil, Indonésia, Congo, Bolívia, Malásia e Venezuela.
O Brasil, que abriga 17% das florestas nativas do mundo e 34% das florestas tropicais, apenas nos últimos três anos, devastou uma área de floresta tropical quase igual à da Bélgica e da Holanda somadas, representa 11% de tudo o que já foi derrubado na Amazônia nos últimos quatro séculos.
A Indonésia, segundo país com mais florestas tropicais, é o vice-campeão no ranking da devastação. Entre 1990 e 1995, destruiu uma área maior do que a Dinamarca. Pôs no chão, apenas no ano passado, 20 mil km2 de florestas, o equivalente ao Estado de Sergipe.
Dados atuais compilados pelo WWF, em estudo realizado em conjunto com o Centro Mundial de Monitoramento da Conservação (WCMC), indicam que as florestas tropicais continuam a ser destruídas em uma velocidade impressionante: 17 milhões de hectares por ano. A continuar nesse ritmo, em 50 anos as florestas naturais da Costa Rica, Malásia, Paquistão e Tailândia terão desaparecido por completo.
Perdas em quantidades similares também são verificadas nas florestas temperada e boreal do Canadá, Europa, Rússia e EUA. Do total de florestas nativas hoje existentes no planeta, 60% se concentram na região boreal da América do Norte e da Rússia, onde a variedade de espécies é mínima __ predominam as árvores de Pinnus. Com 25% das florestas nativas do mundo, o Canadá é o maior exportador de celulose e madeira. Nos EUA continental, resta apenas 1% de florestas nativas. A Rússia, que tem 26% das florestas nativas do planeta, já ameaça um quinto delas. Com a extração de madeira, as ex-repúblicas soviéticas perderam 35% de suas florestas originais, uma área equivalente à metade do Brasil.
“O Brasil possui a maior área de floresta tropical do planeta e torna-se imperativo que o governo tome iniciativas para protegê-la”, afirma Garo Batmanian, diretor-executivo do WWF Brasil. Para o diretor da Campanha de Proteção de Florestas do WWF, Francis Sullivan, o mais dramático é que o ritmo de destruição tem se acelerado nos últimos 5 anos e continua a crescer. Com a redução das florestas nativas no mundo, países como o Brasil são cada vez mais procurados por madeireiras estrangeiras, principalmente as asiáticas.
Na Amazônia, grande parte das madeireiras age fora da lei, derrubando a floresta sem prestar contas a ninguém e sem nenhuma preocupação ecológica. O governo brasileiro, leia-se IBAMA, admite que 80% do comércio de madeira no país é, no mínimo, irregular. Este processo, além de causar um dano irreparável para o meio ambiente, tem um agravante para nós brasileiros: nossa floresta se perde e pouca riqueza é gerada para o país.
A devastação atual das florestas tropicais tem motivação diferente da que destruiu os bosques temperados europeus e norte-americanos séculos atrás. Apesar de não ser uma justificativa para tal ação contra o meio ambiente, há de se ter em conta que, não só naquela época não se tinha a noção de preservação que hoje "achamos" que temos, como lá as florestas foram derrubadas para a utilização dos solos férteis que elas escondiam e para a expansão das áreas urbanas e industriais. Para as regiões tropicais essa fórmula não funciona. Na Amazônia, apenas 9% do solo tem aptidão para a agricultura. Na área restante, a camada fértil é pouco profunda e não aguenta mais do que cinco anos de cultivo. Na África Central as condições são semelhantes. As florestas tropicais estão sendo destruídas para virar madeira ou ardendo sob o fogo colocado para abrir espaço para agricultura e pecuária de baixa produtividade. O Congo, ex-Zaire, que ocupa a terceira colocação entre os maiores desmatadores do planeta, perdeu entre 1990 e 1995 o equivalente a uma Bélgica. Todo ano, os vizinhos Congo, Camarões, República Centro-Africana e Gabão devastam uma área maior do que três municípios do Rio de Janeiro
 
 
 

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